Artigo de Opinião: A criança e a Natureza

Não é de hoje que a temática da Educação Ambiental caminha com as vivências e aprendizagens na Educação Infantil, afinal, compreendendo o processo de desenvolvimento global das crianças nessa faixa etária (5 e 6 anos) não haveria possibilidade de dissociar-las. 

Como a criança aprende a preservar o meio ambiente sem estar em contato direto com ele?

Pensando no aprendizado nessa faixa etária, é possível ter uma vivência/experiência emancipatória global apenas observando registros fotográficos ou assistindo filmes e desenhos?

Para a criança o que é mais significativo, olhar ou sentir?

Esses questionamentos são essenciais para promover uma reflexão acerca da práxis pedagógica que envolve a Educação Ambiental na Educação Infantil. Mas afinal, o que é Educação Ambiental?

Existem diversos teóricos que contextualizam a definição de Educação Ambiental, portanto a leitura das linhas nos faz compreender que a Educação Ambiental tem como papel organizador promover o contato das crianças com os elementos da natureza (fauna e flora) seja in lócus ou por outras fontes de aprendizagens. 

O desafio é, pois, o de formular uma Educação Ambiental que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal e não formal. Assim a Educação Ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem. (JACOBI, 2003, p. 196)

Quantas vivências e experiências de aprendizagens são possível a parir de uma visita exploratória no bosque? Insetos, animais, sementes, flores, folhas, galhos, texturas, cheiros, percepções que só serão possíveis que o planejamento estiver voltado para a centralidade da criança d do seu processo de aprendizagem. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular a criança precisa ser convidada a “fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informações para buscar respostas às suas curiosidades”.

E se a escola não contar com um bosque para as crianças explorarem?

Existem uma infinidade de estratégias que podem ser adotadas, plantar uma horta ou jardim (no chão ou suspenso), promover aulas fora da sala ou da escola, organizar passeios em espaços públicos ou privados. Enfim, a Educação Ambiental na Educação Infantil precisa estar ancorada nos eixos das interações e brincadeiras, o que abre um leque muito variado de possibilidades.

E por fim, é preciso permitir que a criança viva a sua infância dentro da inteireza do olhar para a curiosidade, permita que ela suba na árvore, que sente no chão, que ela sinta as diferentes texturas e porque não experimente o gosto da terra, da folha, da semente…

A Educação Ambiental na Educação Infantil está diretamente ligada ao movimento de preservação ambiente, visto que as nossas crianças são o presente e futuro, então é necessário promover essa inserção consciente desde os primeiros dias da criança na escola.