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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Calendário de Outubro

 

O calendário na Educação Infantil é uma exceções estratégia didático/metodológica para que as crianças ampliem seus saberes, principalmente com relação a Educação Matemática.


A proposta para apresentar o calendário do mês de outubro foi que as crianças construíssem um calendário individual, para isso iriam seguir um passo a passo.


Em uma folha A4 com o auxílio da régua, as crianças foram traçando os riscos para formar o seu calendário. Cada criança a sua maneira.


Com a proposta de construção do calendário individual, foi possível ampliar o desenvolvimento cognitivo das crianças, além da sequência numérica, as crianças tiveram tiveram que organizar os dias da semana…


Quais são os dias da semana?


Qual é o primeiro dia da semana?


Qual é o primeiro dia da semana?


O que comemoramos no mês de outubro?


O calendário pode ser apresentado de diferentes formas na Educação Infantil, mas o importante no processo de construção de novos saberes é tornar a criança protagonista de suas aprendizagens.


“A educação infantil é o tempo/espaço da criança ser criança.”




segunda-feira, 4 de setembro de 2023

LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: possibilidades para além da folha A4

 

RESUMO

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral das crianças, pois representa um espaço/tempo que é pensado/praticado para proporcionar aprendizagens significativas por meio das interações e brincadeiras. Este relato de experiência explora a importância do letramento na educação infantil, compreendendo que esta etapa educacional tem como propositura oportunizar vivências educacionais, rompendo com  estereótipos de que a educação infantil seja um tempo de preparação para o ingresso no ensino fundamental I. Partindo da centralidade da criança como protagonista de seus interesses e aprendizagens, construindo contextos letrados para promover de forma lúdica/significativa a ampliação dos conhecimentos/saberes. Os dados apresentados têm um aporte teórico/metodológico em observações de cunho Etnográfico ancorados na Pesquisa Ação, pois partem percepções da professora sobre as movimentações das crianças. O letramento na educação infantil precisa estar condicionado ao direito da criança em interagir e brincar.

Palavras-chave: Educação Infantil; Letramento; Interações e Brincadeiras.

 

Introdução

O letramento na educação infantil se refere ao processo pelo qual as crianças começam a adquirir habilidades, conhecimentos e compreensão relacionados aos contextos letrados (leitura e escrita), mesmo antes de aprenderem a ler e escrever propriamente. É importante notar que o letramento não é somente o processo de alfabetização tradicional, mas engloba uma ampla gama de competências relacionadas à linguagem escrita, como a compreensão de textos, a capacidade de interpretar símbolos escritos e a familiaridade com os diferentes usos da escrita na sociedade. Na educação infantil, o processo de letramento inicia-se a partir dos primeiros registros da criança, é por meio dos desenhos que as crianças começam a dar significados para as suas interpretações.

 

O letramento na educação infantil tem como característica apresentar contextos letrados por meio das interações e brincadeiras objetivando que as crianças produzam símbolos e significados em suas vivências cotidianas, proporcionando-lhes vivências significativas em linguagem e promovendo o desenvolvimento de habilidades prévias à leitura e escrita. Para promover esses contextos é possível utilizar-se de metodologias como contar histórias, explorar livros, brincar com letras e palavras, criar oportunidades para a expressão escrita por meio de desenhos e escrita simbólica, propiciar vivências que ampliem o desenvolvimento cognitivo para assim gradativamente promover a consciência fonológica que é a capacidade de identificar e manipular os sons da linguagem.

Essa fase considerada a pré-história da escrita explica por que a criança pequena supõe estar escrevendo quando está desenhando ou quando está fazendo rabiscos e garatujas, nesse caso muitas vezes tentando imitar a escrita cursiva dos adultos, o que já representa um avanço em seu processo de alfabetização - um reconhecimento da natureza arbitrária da escrita. É o primeiro nível, entre os níveis por que passam as crianças em seu processo de conceitualização do sistema alfabético, identificados tão claramente por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (2001): níveis icônico e da garatuja, pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. SOARES, 2009, p. 1)

 

É na educação infantil que as crianças começam a vivenciar de maneira prazerosa os contextos letrados, pois por meio das interações e brincadeiras que as aprendizagens acontecem. A autora Magda Soares (2009), evidencia que nessa faixa etária os rabiscos, os desenhos, os jogos e as brincadeiras não são considerados práticas de alfabetização, mas que podem estar diretamente relacionadas com os processos de alfabetização. Quando a criança rabisca o educador pode começar a investigar os significados, esse movimento é importante para que ela desde cedo comece assimilar conceitos necessários para codificar a escrita.

A fase inicial da aprendizagem da língua escrita, constituindo, segundo Vygotsky, a pré-história da linguagem escrita: quando atribui a rabiscos e desenhos ou a objetos a função de signos, a criança está descobrindo sistemas de representações, precursores e facilitadores da compreensão do sistema de representação que é a língua escrita. (SOARES, 2009, p. 1)

O letramento na educação infantil é importante porque cria uma base sólida para o desenvolvimento posterior das habilidades de leitura e escrita. Ele não apenas contribui para o processo de alfabetização das crianças nos primeiros anos do ensino fundamental, mas também as incentiva a se tornarem leitores ávidos e escritores eficazes, o que é fundamental para o sucesso no processo de alfabetização. Portanto, as práticas de letramento na educação infantil são importantes para o desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças, mas é preciso assegurar que essa introdução ao letramento ocorra garantindo o direito das aprendizagens por meio das interações e brincadeiras.

 

Por que o Letramento na Educação Infantil é Importante

As práticas de letramento na educação infantil desempenham um papel importante no desenvolvimento das crianças, pois são capazes de oportunizar ambientes pensados/organizados para o letramento. Sendo a educação infantil a primeira etapa da educação básica, nela começam a ser construídas bases sólidas com relação a ampliação das aprendizagens, bem como o desenvolvimento de competências linguísticas, cognitivas e sociais, O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998), contextualiza que as práticas relacionadas a aquisição da língua oral e escrita são fatores que contribuem para a inserção das crianças diferentes contextos sociais. Na educação infantil é fundamental que a criança esteja inserida em contextos letrados que façam (co)relação com as suas vivências de mundo, antes de introduzir atividades xerocadas, as crianças precisam ser apresentadas em vivências que potencializam as suas visões de mundo.

No entanto, o que ainda se observa hoje em muitas salas de Educação Infantil é a permanência de práticas de leitura e escrita com objetivos memorísticos e sem uso social real, ou seja, a leitura e a escrita vistas como uma atividade mecânica de memorização de um código de conversão de unidades sonoras em unidades gráficas e vice-versa, com realização de muitas atividades de cópias, memorização de padrões silábicos e leitura de textos cartilhados, a fim de preparar para a alfabetização. (RIBEIRO, 2019, p. 3)

Não é proibido a apresentação das letras e números na educação infantil, mas é preciso conscientizar-se que a educação infantil não é uma preparação para o ingresso no ensino fundamental. As práticas de letramento nessa faixa etária precisam estar pautadas dentro das interações e brincadeiras, promovendo a aquisição/compreensão prévia de conceitos iniciais para a aquisição da linguagem escrita. Segundo Mattos (2009, p. 818), a educação infantil precisa representar para as crianças “um lugar de desafios que lhes possibilitam viverem diferentes experiências que contribuem para o seu desenvolvimento”. A práxis pedagógica para o letramento na educação infantil inclui apresentação das letras e números, apresentação de palavras, consciência fonológica, mas essas estratégias metodológicas não podem estar associadas ao simples ato de copiar e colar.

A ampliação da linguagem está diretamente relacionada ao processo de letramento desde a educação infantil, estando inseridas desde cedo em contextos letrados a criança enriquece o seu vocabulário, amplia a capacidade de compreender e expressar ideias, melhorando suas habilidades de comunicação. A comunicação é a premissa para o processo de letramento, é por meio dela que as crianças irão ampliar suas aprendizagens em todas as áreas educacionais e principalmente adquirir base para as interações sociais. 

A criança nessa faixa etária amplia seus conhecimentos principalmente pelo exemplo, portanto, é fundamental apresentar literaturas para crianças, despertar o interesse e a curiosidade por meio da imaginação e do faz de conta. O contato com narrativas e histórias contribuem para o desenvolvimento da capacidade de concentração, pois é necessário ouvir atentamente, concentrar-se nos detalhes e na sequência dos acontecimentos narrados. Habilidade necessária para o processo de alfabetização das crianças.

A Educação Infantil deve manter a prioridade nas interações através do brincar, pois é na brincadeira que a criança estabelece significados, cria novas realidades, aprende no conceitos, forma novas relações e interações com seus pares. (PEREIRA, 2021. p. 8)

          
           Diante dos fatores apresentados sobre a importância do letramento na educação infantil, pode-se afirmar que ao adotar estratégias pedagógicas que respeitem as interações e as brincadeiras, o letramento consiste em uma etapa fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Para Teberossky (1997), “as crianças começam a construir seus conhecimentos sobre o sistema de escrita a partir das informações que recebem quando presenciam diferentes atos de leitura e escrita por parte dos seus familiares e outros adultos”. Sendo importante pontuar que não se deve instituir uma metodologia fixada em cópias, mas sim construir contextos letrados que possibilitem às crianças aprenderem de acordo com os seus desenvolvimentos individuais, respeitando as suas especificidades na construção de novos conhecimentos.

Estratégias para Promover o Letramento na Educação Infantil

Para promover ambientes propícios para o letramento das crianças na educação infantil é importante construir espaços ricos em representações, ter disponível cartazes (com diferentes fontes), livros de literatura para crianças, revistas, jogos, folhas, lápis, canetinha, giz de cera entre outros artefatos metodológicos que possibilitem o explorar livre. A seguir destaco 3 estratégias metodológicas desenvolvidas com as crianças da Turma do Pré Fase II “A” da Escola Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato, com elas é possível evidenciar que o processo de letramento na educação infantil precisa ser pautado dentro dos eixos das interações e brincadeiras.

 

A escola que tem essa concepção de letramento e alfabetização é capaz de ampliar os horizontes de seus educandos, pois considera a bagagem cultural dos indivíduos, sabendo que os mesmos não chegam “vazios” nas instituições escolares. A partir do conhecimento já adquirido pela criança se construirão novas significações e novas aprendizagens. O conhecimento assim é construído e não reproduzido. (PEREIRA, 2021, p. 16)

Uma estratégia metodológica eficaz nessa faixa etária é a contação de histórias, compreendendo que o faz de conta aproxima-se das zonas de interesses das crianças facilitando assim o envolvimento das crianças e a interpretação/compreensão das histórias apresentadas.

 

Nas imagens acima as crianças estão em vivências com relação à literatura para crianças, práticas que são desenvolvidas por meio do Projeto Educacional: Leitura em Família. O projeto tem como objetivo principal desenvolver práticas de leitura e contação de histórias em família, toda sexta-feira as crianças são convidados para irem até a biblioteca, lá elas podem escolher os livros que querem levar para casa juntamente com um fantoche. Ampliar o repertório literário das crianças nessa faixa etária é muito importante, pois o acesso às literaturas está cada vez mais escasso, e, se fizermos um levantamento sobre as práticas de leitura em casa, poucas crianças têm acesso livre a livros.

A criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada. (SOARES, 2017, p. 24)

A escrita espontânea é outra estratégia metodológica importante no processo de construção de contextos letrados, incentivando as crianças a registrarem suas impressões sem o julgamento de certo ou errado, Pereira (2021, p. 20) enfatiza que “o universo da leitura e escrita está intrinsecamente ligada com os sentidos e as significações que fazemos do mundo. Num primeiro momento lemos o mundo no qual estamos inseridos, posteriormente buscamos fazer uso da linguagem”. Na turma as crianças estão constantemente sendo apresentadas a diversas formas de escrita, tem a professora como escriba, mas sempre são convidadas para a construção de cartazes em escrita espontânea. 

 

As imagens a seguir representam 2 momentos: a primeira imagem as crianças tinha que escolher um objeto, falar o nome do objeto e registrar ele no cartaz, já na segunda imagem as crianças têm um calendário do brincar, seguindo a sequência da chamada, todos os dias uma criança é responsável por escolher uma brincadeira, registrar ela no calendário, preencher o calendário e posteriormente reunir a turma para explicar as regras do jogo ou brincadeira e organizar o brincar.

 

Vivências lúdicas por meio de jogos, brincadeiras, circuitos em que são apresentadas para as crianças letras e números. Seguindo os documentos oficiais e orientativos sobre a organização das práticas pedagógicas dentro da educação infantil, é necessário compreender que a criança aprende pelo movimento, os circuitos motores associados com contextos letrados são excelentes estratégias metodológicas para introduzir o letramento. Nas imagens a seguir, as crianças estão participando de dois circuitos motores associados a práticas de letramento.

 

Conclusão

O letramento na educação infantil representa a ampliação de saberes, mas não pode ser compreendido somente como um instrumento para preparar a criança para o ingresso no ensino fundamental I. Ao criar um ambiente rico em promover contextos para o letramento, vivências de letramento, envolvimento em todos os ambientes e pessoas, o professor pode mediar ações que possibilitem às crianças a desenvolver as habilidades necessárias para se tornarem leitores e escritores competentes. O letramento não é apenas uma habilidade acadêmica, mas uma ferramenta poderosa que capacita as crianças a explorar, compreender e comunicar-se eficazmente com o mundo que as cerca. 

REFERÊNCIAS

MATTOS, Maria Nazareth de S. Salutto de. Crianças no espaço escolar: interlocuções e mediações na construção de suas histórias. IX congresso nacional de educação- EDUCERE III encontro sul brasileiro de psicopedagogia, 2009.


RIBEIRO, K. C. Letramento na educação infantil: um estudo sobre as práticas pedagógicas em escolas públicas. Revista Docência e Cibercultura, v. 7, n. 2, p. 1-12, 2019. Disponível em: https://docenciaecibercultura.cecierj.edu.br/index.php/revista/article/view/259 . Acesso em 10 de set. 2023.


SOARES, Magda. Oralidade, alfabetização e letramento. Revista Pátio Educação Infantil - Ano VII - nº20. jul/out. 2009. Disponível em: http://falandodospequenos.blogspot.com/2010/04/alfabetização-e-letramento-na-educacao.html . Acesso em: 09 de set. 2023.


SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 18 ed. São Paulo: Contexto, 2017.


SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Ed 3. Belo Horizonte: Editora Autêntica. 2007.


TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever - Perspectivas psicológicas e implicações educacionais. 3ª Ed.São Paulo: Ática, 1997.


VYGOTSKY, L. A pré-história da língua escrita. In: A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.





segunda-feira, 28 de agosto de 2023

RELAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: entrelaces do brincar e a construção de uma conscientização ambiental


RESUMO


A Educação Ambiental tem se tornado cada vez mais relevante no contexto atual, em que a preocupação com a preservação do meio ambiente e a adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para garantir um futuro saudável para o planeta. Nesse sentido, a Educação Infantil surge como um importante espaço/tempo para apresentar conceitos ambientais e ampliar a conscientização das crianças desde cedo para a construção de uma sociedade mais responsável. Este relato de experiência tem como objetivo explorar a implementação  de uma composteira e da utilização compostagem e do chorume como ferramentas pedagógicas na Educação Infantil, destacando seus benefícios para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis ambientalmente. As vivências apresentadas partem dos registros e observações em uma turma de Pré Fase II (período matutino) na Escola Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato. O fragmento apresentado é parte de um projeto educacional desenvolvido com a turma. As crianças desenvolvem-se por meio das interações, é fundamental garantir a sua participação ativa em todos as partes do processo de aquisições/ampliação de conhecimentos, para que assim as aprendizagens se tornem significativas.


PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil, Educação Ambiental, Horta na Escola, Práticas Pedagógicas.



A Educação Ambiental na Educação Infantil é um processo contínuo que visa sensibilizar e conscientizar crianças e adultos sobre a importância de preservar/proteger o meio ambiente, promovendo mudanças de comportamento e atitudes em relação aos ambientes e à natureza. Nesse contexto, a Educação Infantil desempenha um papel crucial na formação de valores e hábitos sustentáveis, uma vez que é nessa fase que as crianças aprendem por meio das observações e  experiências, o que possibilita a construção de novos conhecimentos e ampliação dos saberes.

Os conteúdos de Meio Ambiente serão integrados ao currículo através da transversalidade, pois serão tratados nas diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma visão global e abrangente da questão ambiental.(BRASIL,1998,p.36)


A relação entre a Educação Infantil e a Educação Ambiental é uma temática de suma importância na contemporaneidade, pois a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a sustentabilidade começa desde os primeiros anos de vida. A Educação Ambiental na Educação Infantil não se limita apenas a conscientizar as crianças sobre questões ambientais, mas também envolve oportunizar vivências que despertem a curiosidade, a sensibilidade e o respeito pela natureza e pelos ambientes, promovendo assim, uma conexão afetiva com o meio ambiente e com as relações de preservação.


Ao proporcionar experiências/vivências significativas relacionadas ao meio ambiente, práticas pedagógicas ao ar livre, exploração da natureza, projetos de compostagem, reciclagem, cultivo de hortas, a Educação Ambiental na Educação Infantil amplia o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. Essa abordagem pedagógica permite que elas compreendam a importância da interdependência entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, incentivando uma relação de respeito e cuidado com o meio natural.

A compostagem, por sua vez, é uma prática simples e eficiente que promove o reaproveitamento de resíduos orgânicos, transformando-os em adubo para o solo. Introduzir a compostagem na Educação Infantil pode ser uma estratégia eficaz para desenvolver a consciência ambiental nas crianças, ensinando-as sobre o ciclo natural de decomposição e a importância da redução de resíduos.Como também ampliar vivências por meio da exploração, como a que ocorreu quando as crianças foram transportar as minhocas para composteira.



PRELÚDIOS E INQUIETAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA COLETIVA E OLHARES PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Promover uma conscientização para as questões ambientais desde a educação infantil requer que a práxis pedagógica seja organizada considerando as vivências individuais e coletivas das crianças, visto que nesta faixa etária, elas aprendem por meio das interações e brincadeiras. Portanto ao pensar o projeto sobre o meio ambiente, teve como propositura inseri-las em contexto e vivências para promover uma formação integral para as questões ambientais. As ações desenvolvidas no projeto inserem as crianças em ambientes/propostas que partem dos seus saberes, mas promovem a ampliação das aprendizagens, com base em 6 pilares: Sensibilização e Conscientização; Formação de Valores; Exploração da Natureza; Incentivo a curiosidade e aos questionamentos; Valorização das infâncias plurais; Construção de cidadãos responsáveis e com consciência ambiental.


Sensibilização e Conscientização, Educação Infantil proporciona um ambiente propício para sensibilizar as crianças sobre as questões ambientais de forma lúdica e adequada à faixa etária. Ao explorar temas relacionados à natureza, aos animais e aos recursos naturais, as crianças desenvolvem uma conexão emocional com o meio ambiente, compreendendo a importância de cuidar e proteger a natureza. 

A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.(DCNEA,2012,pág.2)

 

Formação de Valores, a Educação Infantil é uma fase crucial para a construção de valores e atitudes. Ao inserir práticas de Educação Ambiental na rotina escolar, como reciclagem, economia de água e energia, reutilização de materiais, reaproveitamentos de resíduos alimentares, entre outros, as crianças internalizam esses comportamentos como parte de sua identidade e se tornam mais propensas a manter essas práticas ao longo da vida.


Exploração da Natureza, a Educação Infantil oferece a oportunidade de as crianças explorarem a natureza em seu estado mais puro, criando um vínculo afetivo com o meio ambiente. por meio de vivências ao ar livre, como passeios em parques, hortas escolares, trilhas ecológicas, as crianças têm a chance de aprender sobre a biodiversidade, o ciclo da vida e as interações entre os seres vivos.

A Educação Ambiental (EA) é um tema cada vez mais tratado nas escolas brasileiras. Em algumas delas, há até uma certa carga horária destinada à conscientização ambiental dos alunos. Um dos enfoques desse tipo de educação deveria se pautar na Política ou Pedagogia dos 3 R’s (reduzir, reutilizar e reciclar) (ROCHA, 2007).


Incentivo à Curiosidade e ao Questionamento, a Educação Ambiental estimula a curiosidade e o questionamento das crianças sobre o meio ambiente e os problemas ambientais. Esse estímulo à pesquisa e à busca por respostas desenvolve habilidades cognitivas e incentiva o pensamento crítico desde cedo. É fundamental a promoção de rodas de conversas com especialistas nas áreas da biologia, botânica, horticultura entre outras especialidades diretamente envolvidas com as questões ambientais, 


Valorização das infâncias plurais, por meio da Educação Ambiental, as crianças são encorajadas a tomar atitudes concretas em relação ao meio ambiente. Ao participar de vivências práticas, como plantio de mudas, compostagem ou limpeza de áreas verdes, elas se tornam agentes de transformação e compreendem que suas ações podem fazer a diferença.

A criança na idade pré-escolar encontra-se em formação inicial de seus conceitos e valores [...], identificando-se e envolvendo-se com sua realidade. Nesse sentido, torna-se essencial que a educação ambiental crítica, dialógica, já faça parte da sua realidade, para que a criança possa criar e se expressar nessas relações, ampliando sua rede de relações e sua visão de mundo [...]. (RODRIGUES, 2007).


Construção de cidadãos responsáveis e com consciência ambiental, a integração da Educação Ambiental na Educação Infantil contribui para formar cidadãos mais conscientes, responsáveis e engajados com a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente. Essas crianças, quando crescem, têm maior probabilidade de se tornarem adultos comprometidos em promover práticas sustentáveis em suas vidas cotidianas e na sociedade como um todo.



A IMPORTÂNCIA DA HORTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: uma abordagem pedagógica integrada


A horta tem se destacado como uma valiosa ferramenta educacional na educação infantil, permitindo que as crianças explorem o mundo natural de maneira prática e significativa. Além de fornecer conhecimento sobre botânica e ecologia, a horta oferece uma oportunidade única para desenvolver habilidades sociais e emocionais, bem como sensibilizar as crianças para a importância da sustentabilidade e da alimentação saudável desde cedo.

 

A formação de uma atitude ética e política é a grande contribuição que a educação ambiental pode dar num mundo em crise como o que vivemos. Não se restringindo apenas à transmissão de informações ou à inculcação de regras de comportamento, a educação ambiental está engajada na construção de uma nova cultura. (CARVALHO,2004)


A horta oferece às crianças uma conexão direta com a natureza, permitindo que elas explorem e compreendam os ciclos de vida das plantas, os processos de crescimento e as interações com o ambiente. Essa conexão é essencial para desenvolver um senso de apreço e respeito pelo mundo natural, além de despertar a curiosidade sobre a biodiversidade e os ecossistemas.



A horta oferece às crianças uma conexão direta com a natureza, permitindo que elas explorem e compreendam os ciclos de vida das plantas, os processos de crescimento e as interações com o ambiente. Essa conexão é essencial para desenvolver um senso de apreço e respeito pelo mundo natural, além de despertar a curiosidade sobre a biodiversidade e os ecossistemas.

 

O maior objetivo dessas dimensões da educação contemporânea é o desenvolvimento de uma sociedade responsável. E sustentabilidade é uma das perspectivas esperadas. [...] A EA pode beneficiar a perspectiva incluída na educação para o desenvolvimento sustentável das sociedades responsáveis[...]. (SAUVÉ, 1992).


A horta estimula os sentidos das crianças de maneira única. Elas podem tocar nas diferentes texturas das plantas, sentir os cheiros das ervas e flores, observar as cores das frutas e vegetais, e até mesmo provar os alimentos frescos que cultivaram. Esse estímulo sensorial contribui para o desenvolvimento cognitivo e sensorial das crianças.



A interação direta com o cultivo de alimentos na horta influencia positivamente os hábitos alimentares das crianças. Elas são incentivadas a experimentar alimentos frescos e variados, desenvolvendo uma relação mais saudável com a comida e entendendo a importância da nutrição balanceada.

A horta é um espaço propício para o desenvolvimento de habilidades sociais, como a cooperação, o trabalho em equipe e a comunicação. As crianças aprendem a compartilhar responsabilidades, a resolver conflitos e a apoiar uns aos outros. Além disso, lidar com as incertezas do crescimento das plantas ajuda a fortalecer a paciência e a resiliência.


CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

A horta é uma ferramenta eficaz para a educação ambiental, uma vez que proporciona a oportunidade de discutir temas como sustentabilidade, conservação da água, reciclagem de resíduos orgânicos e importância da diversidade biológica. Isso ajuda as crianças a compreenderem seu papel na preservação do meio ambiente.

A horta não se limita a um único assunto, mas integra diversas áreas do currículo escolar. Ela pode ser incorporada em atividades de ciências, matemática, linguagem, arte e até mesmo educação física, enriquecendo o processo de aprendizado de maneira multidisciplinar.

A incorporação de hortas na educação infantil oferece uma abordagem interdisciplinar que promove o aprendizado significativo, o desenvolvimento socioemocional e a conscientização ambiental. Ao integrar a natureza ao ambiente de aprendizado, as crianças são incentivadas a se tornarem cidadãos conscientes, criativos e responsáveis desde tenra idade. Portanto, investir nesse método pedagógico pode resultar em um impacto positivo duradouro na educação e no desenvolvimento das crianças.

Em resumo, a horta na educação infantil vai além do simples cultivo de plantas; ela desempenha um papel fundamental no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional das crianças. Proporcionando aprendizado prático e significativo, promovendo a conexão com a natureza e cultivando valores importantes, a horta se firma como uma estratégia pedagógica enriquecedora e vital para a formação das novas gerações.


REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999.


CARVALHO, I.C.M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo, Cortez, Coleção Docência em Formação, 2004.


Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília 2010.


Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental> Acesso em 8 de ago. de 2023.


ROCHA, Rafael. Educação Ambiental e Política dos 3 R’s. Futuro Professor: Espaço de Discução Sobre a Educação e o Magisterio. São Paulo, 02 de set. 2002.


RODRIGUES, C. Educação física, educação ambiental e educação infantil no contexto escolar: uma sinergia possível. 2007. 98 p. Dissertação (Mestrado)- Departamento de Metodologia de Ensino, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2007.


SAUVÉ, L. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: uma análise complexa, 1994.

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