Espelho, espelho meu…

Espelho, espelho meu, existe alguém igual a mim? 

Parafraseando parte da clássica frase da história: Branca de Neve e os 7 anões, a não ser que sejam gêmeos idênticos, a resposta será sempre NÃO. 

As crianças nessa faixa etária (4 e 5 anos) estão constantemente fazendo descobertas, e o espelho em sala de aula é um rico artefato pedagógico que auxilia no reconhecimento da autoimagem, reconhecimento das diferenças, reconhecimento das semelhanças. 

Na BNCC encontramos direitos de aprendizagem que garante que as crianças tenham vivências múltiplas e seus direitos adquiridos. Para essa atividade de reconhecimento do eu podemos nos orientar pelos:

Conviver: com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

 

Brincar: cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

A criança aprende por meio da observação e ao observar a autoimagem diante do espelho ela observa detalhes reais.  

O espelho é uma ferramenta pedagógica importantíssima dentro  Educação Infantil, com ele a criança explora a sua autoimagem, a imagem do outro e pode fazer relações entre si.

Com o espelho podemos explorar os sentimentos, emoções, podemos brincar de faz de conta, podemos ser transportados para outros espaços.  

Metodologia da atividade: as crianças iniciaram ouvindo a primeira parte da história: Cabelo Ruim? (Neusa Baptista Pinto), que apresenta as características das 3 meninas que se tornaram amigas por conta de uma situação de discriminação com o cabelo dentro de sala 😢.

Após ouvir parte da história iniciamos uma roda de conversa sobre a história e principalmente sobre o respeito às diferenças, discriminação, violência, amizade, família… 

A seguir as crianças foram convidadas a irem na frente do espelho  para observarem-se, detalhadamente cada uma do seu jeitinhos.

Umas mais timidamente outras quase se transportando para dentro do espelho. 

O momento seguinte foi o do registro, cada criança fez o seu autorretrato de acordo com o que tinham observado no espelho.

Teve criança que se retratou com cabelo azul, com vestido florido, descalço, com brinco na orelha e coerente de ouro igual a do pai. 

Com essa vivência as crianças tiveram múltiplas aprendizagens, contempladas principalmente dentro das orientações da BNCC. Sobre a história utilizada, farei um post com mais detalhes 🥰

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Indicação da Semana: Hora do Blec

Para terminar o final de semana, vamos de indicação de músicas/clipes para a diversão de toda a família. Corre lá no YouTube ou Spotify para conferir. 

Hora do Blec é um Canal no YouTube e também podemos encontrar no Spotify. As músicas são originais e passam pelo universo de Blec, menino negro que adora o seu cabelo black power. Os criadores são David Junior e Yasmin Garcez.

https://open.spotify.com/artist/6zoRiHlQpidfJG4Gt4XaXg?si=5mBdx05oSu2gEej8VyY7QQ

As músicas são inspiradas nos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU) para serem alcançados até 2030, são eles:

1. Erradicação da pobreza;
2. Fome zero e agricultura sustentável;
3. Saúde e bem-estar;
4. Educação de qualidade;
5. Educação de qualidade;
6. Igualdade de gênero;
7. Água limpa e saneamento;
8. Energia limpa e acessível;
9. Trabalho e crescimento econômico;
10. Inovação infraestrutura;
11. Redução das desigualdades;
12. Cidades e comunidades sustentáveis;
13. Consumo e produção responsáveis;
14. Ação contra a mudança global do clima;
15. Vida na água;
16. Vida terrestre;
17. Paz, justiça e instituições eficazes.

https://www.youtube.com/c/HoradoBlec

À playlist Hora do Blec é uma das que utilizo muito em sala de aula para a acolhida das crianças, músicas conscientes e com um ritmo envolvente, ninguém fica parado!

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Receita: Massinha de Modelar

Para iniciar o final de semana com a criançada em casa, trago uma receita de massinha de modelar super fácil de fazer! Corram para cozinha e separem os ingredientes.

Ingredientes:

1 pacote de farinha de trigo;

1 xícara de sal marinho;

1/2 xícara de óleo de cozinha;

1/2 xícara de creme de cabelo (opcional);

Água até ficar no ponto de massa de pão;

Tinta guache, corante ou suco de pacote para colorir.

Modo de preparo:

Em uma bacia de plástico ou metal despeje a farinha de trigo (reserve 1 xícara caso a massa fique mole), o sal e misture bem até ficar incorporado.

Em seguida despeje o óleo, o creme de cabelo mexa bem com o auxílio de uma colher. 

Para chegar ao ponto vá acrescentando água aos poucos até chegar a consistência de massa de pão.

Para finalizar misture a tinta guache ou o corante ou o suco em pó para dar cor. 

Pronto agora é só colocar a mão na massa.

O resultado fica incrível, e o creme de cabelo da um cheiro todo especial. 

(Observação: a receita pode ser reduzida para fazer menor quantidade)

Metodologia para a realização da vivências: as mesas foram organizadas embaixo do pergolato na frente da escola. Iniciamos com uma roda de conversa e a pergunta inicial foi: Quem sabe fazer massinha?

No quadro eu fui escrevendo os ingredientes que as crianças foram falando incluindo as quantidades.

Após esse momento foi apresentado para as crianças os ingredientes corretos para fazer a receita (as crianças acertaram todos os ingredientes na roda de conversa inclusive o sal). A única intervenção que foi necessária fazer foi nas quantidades.

A receita foi feita e dividida entre as crianças.

Elas amassaram as suas massinhas até ficar no ponto para colocar a tinta. 

Cada criança escolheu a cor que queria.

Daí em diante foi mão na massa literalmente. 

Cada criança pode escolher duas cores para colorir suas massinhas.

Os relatos foram incríveis.

Essa atividade foi pensando/planejada para acontecer durante a acolhida nas sextas-feiras. 

O Projeto Acolhida Legal consiste em organizar espaços diferentes com vivências significativas para a acolhida das crianças. É o intuito dele é que esse momento seja de exploração - contemplação - vivências. Sem se preocupar com o relógio, o tempo é o tempo das crianças.

Este projeto foi idealizado pela turma do Pré Fase II C, mas é um projeto de vivências coletivas entre as turmas do Creche IV A, Pré I A e Pré I B.

Os registros falam por si só, foi uma manhã de muitas aprendizagens e muita diversão!

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O uso da tesoura na educação infantil

Amassar?

Rasgar?

Cortar?

Existe um tempo certo para as crianças utilizarem a tesoura na educação infantil?

Eita professora, se eu soltar uma tesoura na mão de uma criança pequena ela vai cortar a roupa, o cabelo, os dedos, vai machucar os coleguinhas. Sim, tudo isso pode acontecer afinal a tesoura tem a função principal de cortar algo ou alguma coisa, mas se a utilização vier acompanhada de uma intencionalidade, nada disse vai acontecer e a criança irá descobrir o sentido pedagógico da tesoura.

É importante compreender que o processo de decodificação e significado da tesoura na mão para as crianças da educação infantil passa primeiramente pelo processo de amassar - rasgar - cortar. 

Atividades com o uso da tesoura contribui para a desenvolvimento cognitivo e motor, podemos observar que quando a criança recorta ela desenvolve:

• Coordenação motora fina;
• Concentração;
• Equilíbrio;
• Orientação espacial;
• Tônus muscular;
• Integração bilateral;

Entre outras habilidades que podem ser ampliadas com a utilização da tesoura. 

E o que a criança pode recortar? Tudo, desde que tenha uma intencionalidade pedagógica, afinal, para fazer sentido é necessário que a atividade tenha relação com as vivências cotidianas da criança.

Qual idade ideal para inserir a tesoura dentro de sala de aula ou em casa? Não existe uma idade certa, como costumo dizer, tudo pode se transformar em uma momento pedagógico (momento de aprendizagem), o que vai diferenciar são as estratégias metodológicas para cada faixa etária. Portanto a tesoura pode e deve estar nas mãos das crianças desde a primeiríssimo infância. Com orientação - supervisão - medicação do educador. 

Na BNCC podemos amparar as atividades com a utilização da tesoura nos 5 Campos de Experiências:

• Eu, o Outro e o Nós;
• Corpos, Gestos e Movimentos;
• Traços, Sons, Cores e Formas;
• Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação;
• Espaço, Tempo, Quantidade, Relações e Transformação.

Eu, o Outro e o Nós: Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive. 

Corpos, Gestos e Movimentos: Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.

Traços, Sons, Cores e Formas: Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.

Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação: Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar palavras conhecidas.

Espaço, Tempo, Quantidade, Relações e Transformação: Classificar objetos s figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

A sugestão de atividade registrado aqui consiste em reconhecer as letras do nome nas revistas, recortar e colar em um espaço determinado. Identificar as vogais contidas no nome. Quantificar as letras do nome. Reescrever o nome em um espaço selecionado. 

Considerando que cada criança tem o seu desenvolvimento, para essa atividade espera-se que principalmente as crianças ampliem o movimento de abrir e fechar a tesoura. Coordenar o movimento combinado com as duas mãos para recortar. Compreender a relação entre muito e pouco no manuseio da cola. Noção espacial nos espaços selecionados.

Considerar a criança como sujeito é levar em conta, nas relações que com ela estabelecemos que ela tem desejos, ideias, opiniões, capacidade de decidir, de criar, de inventar, que se manifestam desde cedo, nos seus movimentos, nas suas expressões, no seu olhar, nas suas vocalizações, na sua fala (FARIA e SALES, 2012, p. 56).

Agora é com vocês, vamos pensar vivências significativas com o uso da tesoura?

Mãos na massa, ou melhor, mãos na tesoura ✂️

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018f.

FARIA, Vitória Libia Barreto de; SALLES, Fátima. Currículo na educação infantil: diálogo com os demais elementos da proposta pedagógica. 2a ed. Revisada e Ampliada. São Paulo: Ática, 2012.

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